domingo, 30 de dezembro de 2012

Hipipótamo




Identificação:
Os hipopótamos são animais corpulentos, que podem atingir os 3200 kg de peso. Têm a cabeça muito grande e o pescoço curto. As patas são relativamente curtas e têm quatro dedos. A pele é castanha, tem cerca de 5 cm de espessura, é quase totalmente nua (isto é, tem uma escassa cobertura de pêlos, existentes praticamente apenas na região dos lábios, nas orelhas e na extremidade da cauda) e apresenta muitas glândulas e tecido adiposo. Tem de estar constantemente humedecida e segrega um líquido de cor avermelhada, que serve como protecção da desidratação. Esta secreção levou à crença de que os hipopótamos são capazes de suar sangue. Os caninos inferiores e superiores podem atingir 60 a 80 cm de comprimento e pesar mais de 3 kg. Crescem sempre ao longo de toda a vida do indivíduo. Os incisivos também são longos e estão virados para a frente no maxilar inferior. Estes dentes são usados nos combates entre rivais. Na maior parte dos combates, o vencedor é o animal que apresenta os maiores caninos. Nestes combates, as pernas e o pescoço são as partes do corpo mais atingidas. Muitas vezes, os animais morrem em consequência dos ferimentos sofridos. Os olhos, as orelhas e as narinas estão colocados de forma a ficarem à superfície quando o animal se desloca na água. As narinas fecham quando o animal submerge.

Hábitos:
São animais sociáveis e gregários. Vivem em grupos de dimensão variável, normalmente com 10 a 30 indivíduos, mas podem reunir-se em maior número. Os grupos são constituídos por um macho dominante, várias fêmeas e crias. São raros os indivíduos solitários. Os machos escavam sulcos, que chegam a ter mais de um metro de profundidade, junto às margens dos rios e lagos onde estabelecem os seus territórios. Estes sulcos servem para que a água penetre mais para o interior, na altura das cheias, aumentando, assim, a área de pastagem do seu território. Os hipopótamos passam a maior parte do dia na água ou próximo desta e apenas se deslocam para terra, à noite, para pastar. Um adulto pode ingerir mais de 100 kg de vegetação numa única noite e destruir quase a mesma quantidade por lhe passar por cima. Regressam ao rio ao amanhecer. São particularmente agressivos, podendo mesmo ser fatais para o Homem, quando, no seu regresso, encontram pessoas junto da água. A fama destes animais como um dos animais mais perigosos de África é, assim, justificada. Se os rios secam, o grupo desloca-se para cursos de água maiores. Os dejectos dos hipopótamos são extremamente importantes para o equilíbrio das cadeias alimentares dos rios e lagos africanos, já que servem de adubo para o crescimento das algas, que por sua vez são ingeridas pelos peixes. Até para os crocodilos, os hipopótamos são adversários temíveis, com os seus fortes caninos e incisivos, de forma que estes raramente se atrevem a aproximar-se de um animal adulto. As crias são, no entanto, vulneráveis aos ataques de crocodilos na água e de leões em terra, embora apenas se for possível iludir a atenção da sua forte e protectora mãe. Os hipopótamos podem correr à surpreendente velocidade de 30 km/h.

Dieta:
Alimentam-se essencialmente de herbáceas. A vegetação é arrancada com os lábios e mastigada pelos molares.

Reprodução:
A cópula, o parto e a amamentação ocorrem, geralmente, dentro de água. Os nascimentos podem ocorrer em qualquer altura do ano, mas dão-se normalmente durante a estação húmida. O período de gestação é de oito meses, após os quais nasce uma cria, com 30 a 50 kg, que é amamentada durante seis a oito meses. A cria que é desmamada não abandona a protecção da mãe, pelo que é frequente observar fêmeas acompanhadas por duas a quatro crias de diferentes idades. As fêmeas atingem a maturidade sexual aos quatro anos de idade e os machos aos seis anos ou mais tarde. No entanto, os acasalamentos só ocorrem entre os sete e 15 anos, no caso das fêmeas, e entre os seis e 13 anos, no caso dos machos.


Estatuto de conservação e principais ameaças:
A espécie é considerada como não ameaçada globalmente (segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza) e, embora se encontre principalmente em áreas protegidas, ainda existem locais onde o seu número é suficientemente grande para provocar danos nas culturas. Está protegida na maior parte da sua área de distribuição actual. Há cerca de 2000 anos, esta espécie encontrava-se em todo o continente africano, onde quer que houvesse água com temperatura entre 18 a 36ºC e alimento disponível. À excepção das florestas tropicais húmidas, existia no delta do Nilo, na África do Sul, no Sahel e no sul do Sara. Desde então, tem sido caçada intensamente pelos agricultores (devido aos danos causados às culturas), pelos caçadores de troféus e de marfim (que é considerado, por alguns, melhor do que o dos elefantes) e para a obtenção de carne para consumo humano. A espécie extinguiu-se no Norte e no Sul de África e em grande parte do delta do Nilo (no Egipto por volta de 1816). Encontra-se em muitos dos grandes zoos, onde se reproduz com uma relativa facilidade. Pertence ao Apêndice II da CITES

Sem comentários:

Enviar um comentário